domingo, outubro 17, 2010

ELEIÇÕES/ABORTO/RELIGIÃO AMEAÇA DE MORTE NA IGREJA CATÓLICA; DOCUMENTO EM DEFESA DA VIDA NO MARANHÃO

Por JM Cunha Santos

(Com informações de Veja, Época, Folha de São Paulo e Estadão)

Se Dilma tivesse assumido desde o início sua posição de pessoa favorável à descriminalização do aborto como informa sua assinatura, ao lado da de Lula, no Programa Nacional dos Direitos Humanos, que também defende o controle da imprensa e o casamento de homossexuais, talvez essa polêmica inútil para o futuro do Brasil não tivesse chegado tão longe. Com relação ao aborto, Bispos dizem que Dilma já mudou de opinião 3 vezes.

A Regional Sul 1 da CNBB, que reúne 41 dioceses de São Paulo, lançou nota em defesa da vida e solicitando aos brasileiros que, independente de suas convicções ideológicas ou religiosas, dessem seus votos contra a descriminalização do aborto. O documento serviu para expor o cisma silencioso existente na Igreja Católica, quase sempre por questões de natureza política, e está antecipando o debate em torno das eleições dentro da própria CNBB. Bispos conservadores exigem uma posição mais dura da entidade em relação ao governo, no caso de uma eleição de Dilma.

A nota em defesa da vida também provocou uma troca de cartas insultuosas entre d. Luiz Gonzaga Bergonzini e d. Luiz Demetrio que publicou matéria de meia página afirmando que a nota devia ficar restrita às dioceses de São Paulo, pois só a presidência, a assembléia geral e o conselho permanente podem falar em nome da CNBB. Cópias dessas cartas estão chegando a todas as dioceses do país. Demetrio acusa Bergonzini de crime eleitoral.

Carta anônima que se encontra nas mãos da polícia ameaça d. Luiz Bergonzini de morte e, segundo notícias já confirmadas, 20 milhões de novos panfletos em defesa da vida, assinados por 3 bispos, foram encomendados a gráficas de São Paulo.

Por outro lado, as pesquisas indicam que a candidata de Lula perde votos vertiginosamente entre os evangélicos, mesmo depois de ter assinado uma carta na qual muda sua opinião com relação ao aborto e não se pronuncia com relação ao casamento de homossexuais, pois a campanha entende que ela mais perderia que ganharia votos. A assinatura da Carta foi exigência de líderes evangélicos como o Bispo Marcelo Crivella, da Igreja Universal, senador eleito no Rio de Janeiro com o apoio de Lula e do PT.

A questão religiosa, colocada inadvertidamente nas eleições, pende já para o extremismo. No Ceará, o candidato José Serra foi praticamente expulso de uma igreja por um padre petista que achou que sua comitiva estava profanando o templo. O padre defendeu publicamente a candidata Dilma Roussef. Na porta da igreja, militantes petistas e serristas se enfrentaram num tumulto no qual não houve feridos e do qual o presidenciável escapou ileso.

A tutela religiosa das eleições está batendo nas portas do Maranhão, pois temos informações de que igrejas evangélicas do Estado também pretendem se manifestar em defesa da vida e contra a descrimininalização do aborto através de nota distribuída à população. Digo tutela religiosa porque até o momento nenhuma das denominações que maldizem o Programa Nacional de Direitos Humanos, que de fato defende o aborto e o casamento de homossexuais, assinado por Lula e Dilma, se pronunciou sobre a tentativa de controle da imprensa pelo Estado, inscrita no PNDH. Uma ameaça que visa principalmente impedir a divulgação de casos de corrupção que se alastram no país. O enfrentamento se dá apenas entre os dogmas evangélicos e os dogmas políticos do PT.

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