Setenta comunidades quilombolas de Pinheiro e
outras cidades da Baixada, participantes do Movimento Quilombola do Maranhão
(Moquibom) ocuparam na terça-feira (20), pela quarta vez, a superintendência do
Incra, sediado em São Luís, na busca de celeridade no processo de emancipação
de seus territórios. O governo do PT vem empurrando com a barriga essa questão
social de grande relevância para o povo afro-descendente.
Ao som do tambor de crioula e de músicas que resgatam a luta negra, as comunidades presentes na ocupação reivindicam o cumprimento do acordo firmado ano passado com a presidência nacional do órgão, consignado pelo presidente Celso Lacerda e o fim da violência contra as comunidades.
Não aceitamos essa vergonha. Estamos dispostos a resistir a essa violência imposta pelo governo federal, afirmou o quilombola Catarino dos Santos, também ameaçado de morte.
O Estado do Maranhão, onde impera a violenta oligarquia Sarney, patrocina o extermínio de quilombolas no estado. Sequer podemos registrar ocorrência policial, e só conseguimos fazer com a presença, muita das vezes, de advogado, afirmou Zilmar Pinto Mendes, presidente da Associação Quilombola do Charco e sobrinha do mártir quilombola Flaviano.
Ao passo que o governo federal não realiza a titulação dos territórios, o agronegócio tenta expulsar os quilombolas de suas terras no Maranhão. Nos últimos 2 anos, 3 quilombolas foram executados no Maranhão em razão dos conflitos fundiários. Há ainda mais de 70 quilombolas marcados para morrer no Maranhão.
Além das comunidades quilombolas, se encontram no movimento comunidades de quebradeiras de coco, comunidades camponesas que esperam há décadas a desapropriação de latifúndios, responsável pela miséria do Maranhão.
Fonte: Portal do MST
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