A Hora da Verdade

A Hora da Verdade no blog da Ana Paula

sábado, fevereiro 27, 2010

Padre Cícero e o Vaticano


O Vaticano volta a estudar a figura do Padre Cicero,visando dar a ele o título de santo. O Padre Cicero, que teve as suas ordens religiosas suspensas e morreu em 1934, ainda hoje permanece no coração do povo nordestino. Juazeiro do Norte continua sendo a capital da visitação religiosa de brasileiros e mesmo até de estrangeiros. Cícero Romão Batista nasceu em 1844 na antiga Vila Real do Crato e chegou a Juazeiro em 1872, dando início ao sacerdócio junto a população pobre de sertanejos, numa cidade marcada pela violência e pela prostituição. Teve importante atuação tanto no sentido de aconselhamento espiritual como no trabalho junto às comunidades nas épocas de seca e de fome. Dessa maneira conquistou o respeito da comunidade que passou a lhe atribuir a qualidade de santo e profeta.
O messianismo passou a fazer parte de sua vida em 1891, quando a hóstia ficou vermelha na boca da beata Maria Madalena, fazendo com que o povo considerasse o fato como um milagre.
A partir de então desenvolveu-se grande campanha contra o padre movida pela Igreja católica, que proibiu-o de rezar as missas e forçou sua transferência de Juazeiro. Em 1898 foi chamado à Roma para dar explicações sobre o â??milagre" e é absolvido, retornando a Juazeiro.
Mesmo com a rejeição do milagre pelo padre, o boato se espalha e a cidade torna-se centro de romarias de camponeses que buscam a cura para seus males, ampliando a fama do "Padim Ciço".

Padre Cícero
Poder, fé e guerra no Sertão

Lira Neto
Companhia das Letras

Em um momento em que, acuada diante do avanço evangélico, a Igreja Católica avalia a reabilitação canônica do padre, esta biografia permite compreender a verdadeira dimensão de um dos personagens mais fascinantes da nossa história - e também resgata algumas das inquietações políticas e sociais que ajudaram a moldar o Brasil do século XX.

A imaginação coletiva, disseminada de boca em boca e de geração em geração, encarregou-se de atribuir uma origem sagrada, não carnal, ao protetor dos romeiros. A crença na linhagem divina de Cícero foi igualmente reforçada por uma das mais autênticas expressões da tradição nordestina: os folhetos de cordel.

O que se sabe ao certo é que o filho de dona Quinô e do pequeno comerciante Joaquim Romão Batista nasceu um caboclinho de longas orelhas de abano e, de fato, cabelos aloirados e um surpreendente par de olhos azuis — características que ajudaram a associar sua imagem ao Cristo caucasiano das gravuras de origem medieval, mas que na verdade foram herdadas dos antepassados.

Mas na cabeça dos nordestinos de fé, Padre Cícero é uma pessoa da Santíssima Trindade. Para esses fiéis Cristo nasceu de novo, na cidade do Crato, interior do Ceará. Cristo retornou na forma de um bebê sertanejo, com traços nitidamente caboclos, mas de cachinhos dourados e olhos azuis. O Menino Jesus redivivo chegou dos céus em meio a uma explosão de luz, com a força de mil sóis, no meio do sertão.


Santo para alguns, impostor para outros, nesta biografia o padre Cícero é alvo de um olhar preciso, que desfaz equívocos históricos e ajuda a enxergar o homem por trás do mito. Organizado em ordem cronológica, o livro é dividido em duas partes, que exploram diferentes momentos da vida de Cícero.
Em "A Cruz", o foco está na religião: a ordenação como padre, os supostos milagres, os primeiros conflitos com o bispado cearense, que chegaram ao Vaticano e culminaram em seu afastamento da Igreja.

Em "A Espada", o que fica em primeiro plano é a política, carreira que Cícero abraçou depois de proibido de ordenar - e que fez dele um dos homens mais influentes de seu tempo. Depois de lutar pela emancipação de Juazeiro, cidade da qual foi prefeito por quase vinte anos, Cícero elegeu-se vice-governador do estado do Ceará. Chegou a apadrinhar um exército de jagunços, numa revolução armada que levou à derrubada do governo local; aproximou-se de Lampião, de quem buscava apoio para combater a Coluna Prestes; arquitetou um pacto histórico entre os coronéis sertanejos, que ajudou a apaziguar a região e fez de Juazeiro o centro das aristocracias rurais do Ceará. Já perto do fim da vida foi eleito deputado federal, e ainda encontrou forças para fazer oposição a Getúlio Vargas, a quem classificava de "mensageiro do Satanás".

2 comentários:

  1. DENÚNCIA: SÍTIO CALDEIRÃO, O ARAGUAIA DO CEARÁ – UMA HISTÓRIA QUE NINGUÉM CONHECE PORQUE JAMAIS FOI CONTADA...



    "As Vítimas do Massacre do Sítio Caldeirão
    têm direito inalienável à Verdade, Memória,
    História e Justiça!" Otoniel Ajala Dourado



    O MASSACRE APAGADO DOS LIVROS DE HISTÓRIA


    No município de CRATO, interior do CEARÁ, BRASIL, houve um crime idêntico ao do “Araguaia”, foi o MASSACRE praticado pelo Exército e Polícia Militar do Ceará em 10.05.1937, contra a comunidade de camponeses católicos do SÍTIO DA SANTA CRUZ DO DESERTO ou SÍTIO CALDEIRÃO, cujo líder religioso era o beato "JOSÉ LOURENÇO GOMES DA SILVA", paraibano de Pilões de Dentro, seguidor do padre CÍCERO ROMÃO BATISTA, encarados como “socialistas periculosos”.



    O CRIME DE LESA HUMANIDADE


    O crime iniciou-se com um bombardeio aéreo, e depois, no solo, os militares usando armas diversas, como metralhadoras, fuzis, revólveres, pistolas, facas e facões, assassinaram na “MATA CAVALOS”, SERRA DO CRUZEIRO, mulheres, crianças, adolescentes, idosos, doentes e todo o ser vivo que estivesse ao alcance de suas armas, agindo como juízes e algozes. Meses após, JOSÉ GERALDO DA CRUZ, ex-prefeito de Juazeiro do Norte/CE, encontrou num local da Chapada do Araripe, 16 crânios de crianças.


    A AÇÃO CIVIL PÚBLICA AJUIZADA PELA SOS DIREITOS HUMANOS


    Como o crime praticado pelo Exército e pela Polícia Militar do Ceará é de LESA HUMANIDADE / GENOCÍDIO é considerado IMPRESCRITÍVEL pela legislação brasileira e Acordos e Convenções internacionais, por isto a SOS DIREITOS HUMANOS, ONG com sede em Fortaleza - CE, ajuizou em 2008 uma Ação Civil Pública na Justiça Federal contra a União Federal e o Estado do Ceará, requerendo: a) que seja informada a localização da COVA COLETIVA, b) a exumação dos restos mortais, sua identificação através de DNA e enterro digno para as vítimas, c) liberação dos documentos sobre a chacina e sua inclusão na história oficial brasileira, d) indenização aos descendentes das vítimas e sobreviventes no valor de R$500 mil reais, e) outros pedidos



    A EXTINÇÃO SEM JULGAMENTO DE MÉRITO DA AÇÃO


    A Ação Civil Pública foi distribuída para o Juiz substituto da 1ª Vara Federal em Fortaleza/CE e depois, para a 16ª Vara Federal em Juazeiro do Norte/CE, e lá em 16.09.2009, extinta sem julgamento do mérito, a pedido do MPF.



    AS RAZÕES DO RECURSO DA SOS DIREITOS HUMANOS PERANTE O TRF5


    A SOS DIREITOS HUMANOS apelou para o Tribunal Regional da 5ª Região em Recife/PE, argumentando que: a) não há prescrição porque o massacre do SÍTIO CALDEIRÃO é um crime de LESA HUMANIDADE, b) os restos mortais das vítimas do SÍTIO CALDEIRÃO não desapareceram da Chapada do Araripe a exemplo da família do CZAR ROMANOV, que foi morta no ano de 1918 e a ossada encontrada nos anos de 1991 e 2007;



    A SOS DIREITOS HUMANOS DENUNCIA O BRASIL PERANTE A OEA


    A SOS DIREITOS HUMANOS, igualmente aos familiares das vítimas da GUERRILHA DO ARAGUAIA, denunciou no ano de 2009, o governo brasileiro na Organização dos Estados Americanos – OEA, pelo DESAPARECIMENTO FORÇADO de 1000 pessoas do SÍTIO CALDEIRÃO.


    QUEM PODE ENCONTRAR A COVA COLETIVA


    A “URCA” e a “UFC” com seu RADAR DE PENETRAÇÃO NO SOLO (GPR) podem localizar a cova coletiva, e por que não a procuram? Serão os fósseis de peixes do "GEOPARK ARARIPE" mais importantes que os restos mortais das vítimas do SÍTIO CALDEIRÃO?



    A COMISSÃO DA VERDADE


    A SOS DIREITOS HUMANOS busca apoio técnico para encontrar a COVA COLETIVA, e que o internauta divulgue a notícia em seu blog/site, bem como a envie para seus representantes no Legislativo, solicitando um pronunciamento exigindo do Governo Federal a localização da COVA COLETIVA das vítimas do SÍTIO CALDEIRÃO.


    Paz e Solidariedade,



    Dr. Otoniel Ajala Dourado
    OAB/CE 9288 – 55 85 8613.1197
    Presidente da SOS - DIREITOS HUMANOS
    Membro da CDAA da OAB/CE
    www.sosdireitoshumanos.org.br
    sosdireitoshumanos@ig.com.br

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  2. QUEM PODE ENCONTRAR A COVA COLETIVA
    ajuden a igreja

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