A notícia do rompimento da
Barragem de Brumadinho – MG, na última sexta-feira, comoveu todo o país pelo
número de vidas humanas perdidas e pela destruição do meio ambiente. Os
governos estaduais e federal se mobilizam para vistoriar barragens em todos os
estados da federação.
As autoridades do Maranhão bem
que deveriam dar uma atenção especial a barragem eclusa do Pericumã, que corre
riscos de desabar. Ele deveria passar por uma rigorosa vistoria, visto que a
sua estrutura vem sendo corroída pela oxidação ao longo do tempo, isso desde a
sua inauguração em 1982 pelo Ministro Mário Andreazza, e jamais recebeu
qualquer reforma ou manutenção adequada.
A obra foi construída pelo
Departamento Nacional de Obras contra a Seca (DNOCS), com o objetivo de
represar a água do imponente rio Pericumã, facilitar a navegação de pequenas
embarcações, viabilizar a irrigação da agricultura familiar, possibilitar o
abastecimento de pescado aos municípios limítrofes e evitar a penetração da
água salgada, que avançava sobre o curso da água doce e os campos inundáveis de
Pinheiro e adjacências.
Caso ela se rompa, haverá escassez de água em Pinheiro e região, prejudicando principalmente o abastecimento da cidade e o estoque de peixes, que morrerão pela falta de água.
Com 100m de comprimento por 25m
de largura, a barragem é constituída de três comportas, uma eclusa, que
possibilitaria a passagens de embarcações e dois diques laterais.
Os reparos técnicos
indispensáveis ao seu funcionamento regular não poderiam ter sido descurados.
Essa maravilha da engenharia civil é de suma importância para a microrregião da
Baixada, mas não tem sido tratada com o devido cuidado pelas autoridades
competentes. À guisa de ilustração, é por causa dela que o rio Pericumã fornece
o pescado para os municípios de Pinheiro, Palmeirândia, Peri-Mirim e Pedro do
Rosário.
O rio Pericumã possui uma
extensão de 115 km. Nasce na Lagoa da Traíra (em Pedro do Rosário) e deságua na
baía de Cumã, entre Guimarães e Alcântara. Em seu majestoso percurso, banha 13
municípios. É o mais caudaloso dentre os rios genuinamente baixadeiros. Em
particular, o rio Pericumã é vital para a população de Pinheiro, a metrópole da
Baixada, com mais de 80 mil habitantes. É o rio Pericumã que fornece água
potável para a cidade, além de favorecer diversas atividades econômicas, como a
pesca de subsistência e a agricultura familiar.
A administração da barragem é
de responsabilidade do Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (DNOCS),
com sede em Fortaleza (CE), mas não existe um funcionário sequer do órgão para
realizar a manutenção básica da obra. A situação é tão delicada que os
moradores das redondezas são os responsáveis por abrir e fechar as comportas da
barragem.
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