Caos na Educação de Pinheiro: Escolas seguem sem professores, pais reclamam do descaso e alunos sofrem com abandono
Por Herasmo Leite
Em Pinheiro, a crise na educação pública tem atingido um novo patamar: salas de aula com ausência de professores. Em meio ao segundo semestre letivo, centenas de estudantes ainda enfrentam uma rotina marcada por aulas canceladas, disciplinas sem professores e incertezas sobre o ano letivo, uma vez que muitas escolas estão operando com quadro incompleto. Há casos em que alunos do ensino fundamental passaram os últimos três meses sem aulas de disciplinas básicas como matemática, português ou física.
Circula nas redes sociais uma denuncia feita por mães de alunos da escola da comunidade quilombola de Santana dos Pretos. Elas relatam que não têm aulas de português e matemática desde o início do ano. "Nossos filhos ficam dentro da sala de aula sem fazer nada ou voltam pra casa. Os professores que estão aqui se revezam pra cobrir outras matérias, mas não dão conta", diz uma das mães..
Em muitas unidades, diretores e coordenadores pedagógicos assumem turmas de forma emergencial.
Especialistas apontam uma combinação de fatores: falta de vontade política. baixos salários, condições precárias de trabalho, falta de concursos públicos e aposentadorias não repostas. Em algumas casos, professores aprovados em seletivos aguardam nomeação há meses, enquanto as escolas seguem desassistidas.
As consequências são diretas: defasagem no aprendizado, aumento da evasão escolar e prejuízo para o futuro profissional dos estudantes. "Como vou fazer o Enem sem nunca ter aula de matemática?", questiona uma aluna de de Santana dos pretos.
Em vários momentos a Secretaria Municipal de Educação tem afirmado que “está tomando providências para a contratação de profissionais e reposição das aulas”. No entanto, não há previsão exata para normalização do quadro docente.
O caos instalado na educação pública de Pinheiro escancara um problema estrutural que vai além da sala de aula. É um reflexo da falta de investimento, planejamento e valorização dos profissionais que formam as futuras gerações. E enquanto a solução não vem, o maior prejuízo é de quem menos tem culpa: os alunos.
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