Culto ao ídolo ainda é grande, mas mensagem política não é tão lembrada.
O
músico jamaicano Bob Marley, considerado o "rei do reggae", com mais de
200 milhões de álbuns vendidos em todo o mundo, morreu em Miami no dia 11 de
maio de 1981. Mas, apesar das homenagens em todo o mundo, seu legado perde
força em seu próprio país.
Trinta e dois anos após
sua morte, Bob Marley ainda é um fenômeno polivalente. Seu rosto estampa
cartazes de protesto e camisetas vendidas aos montes em qualquer parte do
planeta.
Sua
música urbana, denunciando desigualdades entre ricos e pobres, virou
indispensável a jovens que viajam para a praia em busca de paz e tranqüilidade.
E até o governo jamaicano, que antes fazia de tudo para esconder dos turistas
os rastafáris com cabelos compridos, hoje imprime selos lembrando que o país é
a terra natal do cantor.
Para
entender esse fenômeno é preciso escutar suas músicas, é claro. Mas também é
preciso buscar em sua história, em sua biografia, os elementos que o
transformaram num ídolo de milhões.
História
O pai do reggae nasceu no dia 6 de fevereiro de 1945 em Rhoden Hall, perto de Nine Miles, na paróquia de Saint Ann (Jamaica), de mãe jamaicana e pai inglês (oficial da Marinha que o músico não conheceu).
O pai do reggae nasceu no dia 6 de fevereiro de 1945 em Rhoden Hall, perto de Nine Miles, na paróquia de Saint Ann (Jamaica), de mãe jamaicana e pai inglês (oficial da Marinha que o músico não conheceu).
Morou
no gueto de Trenchtown, em Kingston, e, em 1962, gravou seu primeiro single
"Judge Not", no qual formou a banda "The Wailers" com Peter
Tosh e Bunny Wailer.
Em
1966 se mudou para os Estados Unidos por razões financeiras. Lá conheceu
Mortimer Planno, um jamaicano de origem cubana que o ensinou parte da cultura
rastafari.
Depois
de voltar à Jamaica nos anos 1960, gravou seu primeiro álbum com os Wailers no
início dos anos 70. "Catch a fire" e "Burnin" em 1973. Em
1974 gravou o primeiro álbum solo, "Natty dread". Depois vieram
"Rastaman vibration" em 1976 e "Exodus" em 1977.
Em
1977, Bob Marley fez, com o "The Wailers", um grande show lendário
durante o qual interpretou algumas músicas do álbum que acabava de gravar
("I shot the sheriff", "Lively up yourself", "Get up,
stand up", "Jamming", "No woman no cry",
"Exodus" e "War").
Bob
Marley continuou gravando discos até o fim de sua vida. "Survival",
em 1979, e Uprising, em 1980, foram os últimos.
Compromisso
político
Hoje, o culto ao ídolo continua aquecendo a indústria da música, mas o compromisso político tende a se perder entre os jovens.
Hoje, o culto ao ídolo continua aquecendo a indústria da música, mas o compromisso político tende a se perder entre os jovens.
Nas
ruas da capital da Jamaica, onde há um museu voltado para objetos e fotos do
artista, a lenda de Bob Marley ainda é alimentada. Diariamente é oferecida uma
excursão à Nine Miles, cidade natal do cantor, onde são vendidos suvenires de
todos os tipos.
No
entanto, o medo de que o artista se torne apenas mais um motivo comercial é o
mesmo de que ele seja esquecido.
"Seu
objetivo nunca foi comercial", explica o amigo Herbie Miller. "O
dinheiro não era a principal motivação" de Bob Marley.
As
músicas do pai do reggae já tocam pouco na Jamaica. Miller afirma que "o
poder da Jamaica tenta suavizar" o lado comprometido de Bob Marley com as
questões de liberdade e defesa dos oprimidos.
A
Fundação Marley lamenta a "falta de eventos comemorativos dos 30 anos de
morte do cantor", e afirma que sua música já não tem mais a mesma força
Em Pinheiro, o cantor jamaicano tem uma legião de fãs. Apesar
nosso amigo regueiro e produtor de eventos Pipoca Veichon não estar promovendo
neste ano o “Tributo a Bob Marley”, com certeza, os regueiros não vão deixar
esta data passar em branco. Pe Valeu, grande Bob. Tua música – que contagia o
universo – é uma obra imortal !
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