O deputado federal e pré-candidato ao governo do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), participou de duas atividades na manhã da terça-feira, 8. Ele representou o pai, o ex-deputado estadual Slávio Dino, na Sessão Solene Especial que marcou a vinda da Caravana da Anistia no Maranhão. O objetivo da caravana é valorizar o papel da anistia política e a história de luta de diferentes autores sociais perseguidos durante os anos de ditadura militar.
Além dos anistiados ou seus representantes, estavam presentes ao evento o presidente da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, Paulo Abrão Pires Jr.; o Ministro da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Paulo de Tarso Vannuchi; o presidente da OAB, seccional Maranhão, Mário Macieira; o secretário de Direitos Humanos do Maranhão, Sérgio Tamer; e o Secretário Municipal de Segurança e Cidadania, Luís Magalhães.
Flávio Dino compareceu ao evento representando o pai, o ex-deputado estadual Sálvio Dino de Castro e Costa, cassado há 36 anos durante o regime militar. Além de Sálvio, receberam a Portaria de Anistia o líder camponês Manoel da Conceição Santos e Felícia Frazão, viúva de Ruy Frazão Soares, assassinado durante a ditadura. “Este é um momento em que o Estado brasileiro oficializa uma pedido de desculpas a vocês e aos seus familiares”, lembrou o presidente da comissão de anistia do Ministério da Justiça, Paulo Abrão Pires Júnior.
Requerimento
A vinda da Caravana da Anistia ao Maranhão atende a um requerimento proposto pelo deputado estadual Rubens Pereira Jr (PCdoB). Durante a cerimônia, o deputado lembrou a trajetória de Manoel da Conceição e Rui Frazão. Os dois atuaram juntos no movimento dos trabalhadores do Rio Pindaré. Em julho de 1968, Manoel da Conceição foi baleado, detido e, por falta de atendimento médico, teve de amputar uma perna.
Em seu discurso de agradecimento, Flávio Dino retransmitiu aos presentes a emoção e o agradecimento do pai pela Portaria de Anistia concedida. E lembrou que, embora o pedido de desculpas represente a conciliação política, significa a renovação das esperanças, mas não o esquecimento. “É um ato de afirmação do que somos hoje e do que queremos ser amanhã. Estamos reafirmando os nossos valores, que não morreram junto com aqueles que foram assassinados”, afirmou.
Memorial inaugurado no Liceu Maranhense
Flávio Dino participou ainda do descerramento da placa em homenagem a Ruy Frazão, morto há 36 anos durante a ditadura militar. A cerimônia também foi realizada na manhã desta terça-feira, 8, e também contou com a presença dos os integrantes da Caravana da Anistia.
A homenagem é parte do memorial “Pessoas Imprescindíveis”, inaugurado no colégio Liceu Maranhense. É o primeiro memorial deste tipo inaugurado numa escola. Líder estudantil e, posteriormente, filiado ao PCdoB, Ruy Frazão foi preso em 1974, desaparecido desde então. Posteriormente, a sua morte foi confirmada, mas a família nunca teve acesso aos restos mortais para enterrá-lo.
Para o Ministro Paulo de Tarso Vannuchi, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, o memorial representa a aposta da na construção de futuros junto aos estudantes. “Precisamos multiplicar essas homenagens por todo o território brasileiro, para que a nova geração, que não tem envolvimento direto com esse período, cresça sem hesitação no complemento desse processo histórico”, disse Vanucchi.
Redação: Assessoria de Comunicação Flávio Dino
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